

Infertilidade feminina
A infertilidade feminina é uma condição que afeta muitas mulheres ao redor do mundo e pode ser emocionalmente e fisicamente desafiadora. Em casais heterossexuais, ela é definida como a incapacidade de conceber após 12 meses de relações sexuais regulares sem proteção ou 6 meses para mulheres com mais de 35 anos. A infertilidade pode ter diversas causas, que incluem fatores ovulatórios, anatômicos, hormonais e genéticos.
Causas
1. Distúrbios Ovulatórios:
Problemas relacionados à ovulação são uma das principais causas de infertilidade feminina. Condições como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), insuficiência ovariana prematura, disfunções hormonais (como hiperprolactinemia e distúrbios da tireoide) podem dificultar ou impedir a ovulação regular, essencial para a concepção.
2. Problemas Anatômicos:
Danos nas tubas uterinas, malformações uterinas ou aderências pélvicas podem interferir no transporte do óvulo e no processo de fertilização. Condições como endometriose, cicatrizes provocadas por cirurgias ou infecções, pólipos ou miomas uterinos também podem impactar negativamente a fertilidade.
3. Idade:
A idade da mulher é um fator crucial. A fertilidade feminina declina naturalmente com o tempo, especialmente após os 35 anos. A qualidade e quantidade dos óvulos diminuem à medida que a mulher envelhece, o que reduz a chance de uma gravidez natural.
4. Fatores Hormonais:
Desequilíbrios hormonais podem comprometer o ciclo menstrual, a ovulação e a preparação adequada do endométrio para a implantação do embrião. Distúrbios hormonais podem surgir por diversas razões, como estresse, condições médicas subjacentes, obesidade ou síndrome metabólica.
5. Fatores Genéticos:
Algumas mulheres podem herdar condições genéticas que afetam sua fertilidade. Isso pode incluir mutações cromossômicas, como a síndrome de Turner, que pode causar falência ovariana prematura, ou condições hereditárias que afetam a função ovariana e reprodutiva.
6. Outras condições de saúde:
Doenças crônicas, como diabetes e doenças autoimunes (por exemplo, lúpus), podem influenciar negativamente a fertilidade. Além disso, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia ou gonorreia, podem danificar o trato reprodutivo se não forem tratadas a tempo.
7. Estilo de Vida:
Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas recreativas, obesidade e dietas desbalanceadas podem afetar a saúde reprodutiva da mulher. Manter um estilo de vida saudável, com boa nutrição e exercício físico regular, é crucial para a fertilidade.
Diagnóstico
O diagnóstico da infertilidade feminina envolve uma série de exames que avaliam a função ovulatória, a anatomia do útero e das tubas uterinas, além de fatores hormonais. Os testes mais comuns incluem:
- Ultrassom transvaginal: Avalia a anatomia dos órgãos reprodutivos.
- Histerossalpingografia ou Histerossonossalpingografia: Examina as tubas uterinas para verificar obstruções e/ou dilatações.
- Avaliação hormonal: Inclui a medição dos níveis de hormônios importantes para a reprodução, como FSH, estradiol, prolactina e hormônios tireoidianos.
A infertilidade feminina é um problema multifatorial que pode ser abordado de diversas formas. Com diagnóstico adequado, tratamentos personalizados e apoio emocional, muitas mulheres podem alcançar o sonho da maternidade. O avanço contínuo nas tecnologias de reprodução assistida oferece cada vez mais opções para aquelas que enfrentam desafios reprodutivos. É importante que cada mulher e casal explorem suas opções com profissionais especializados, compreendendo que o processo pode ser longo e emocionalmente desafiador, mas com possibilidades reais de sucesso.

Síndrome dos Ovários Micropolicísticos (SOP)
SÍNDROME DOS OVÁRIOS MICROPOLICISTICOS (SOP) é a endocrinopatia mais comum que afeta a mulher em idade reprodutivaAfeta de 10 a 13% das mulheres e tem um grande impacto na vida da mulher desde a adolescência até a vida adulta.
Até o momento, não se sabe a causa que origina a SOP.
Para ser diagnosticada, a paciente precisa atender a pelo menos dois dos três seguintes critérios:
1. Irregularidades menstruais: Ausência de ovulação (anovulação), resultando em menstruações irregulares ou ausência de menstruação (amenorreia).
2. Sinais clínicos e/ou bioquímicos de excesso de andrógenos (hormônios masculinos): Sintomas como excesso de pelos (hirsutismo), acne, alopecia androgenética ou níveis elevados de andrógenos no sangue.
3. Ovários micropolicísticos: Identificação de múltiplos pequenos cistos em um ou ambos os ovários através de ultrassonografia transvaginal. Os ovários são geralmente descritos como aumentados e contendo 12 ou mais folículos, cada um com 2-9 mm de diâmetro, ou um volume ovariano aumentado (>10 cm³).
Outros exames que podem ser utilizados para apoiar o diagnóstico incluem:
- Exames hormonais: Para avaliar os níveis de andrógenos, hormônios tireoidianos, prolactina, FSH, LH, entre outros, podem ser usados para descartar outras causas de irregularidades menstruais.
- Exames de glicose e insulina: A SOP está associada a uma resistência à insulina, que pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 e pode estar ligada a problemas como obesidade, infertilidade e maior risco de doenças cardiovasculares.
Tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos
A SOP não tem cura, mas pode ser gerenciada com mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios, além de medicamentos para regular os hormônios e a menstruação, melhorar a ovulação, e tratar os sintomas específicos, como o excesso de pelos ou a acne.
O tratamento da SOP depende dos sintomas predominantes e das necessidades individuais da paciente, especialmente se o objetivo for a regulação menstrual, redução de sintomas de hiperandrogenismo, ou o tratamento da infertilidade.
1. Mudanças no estilo de vida:
- Perda de peso: Mesmo uma pequena perda de peso pode melhorar os ciclos menstruais e reduzir os níveis de andrógenos.
- Exercícios regulares: Aumenta a sensibilidade à insulina e ajuda no controle dos sintomas metabólicos da SOP.
- Dieta equilibrada: Focada em alimentos de baixo índice glicêmico para ajudar no controle da resistência à insulina.
2. Tratamento medicamentoso:
- Contraceptivos orais combinados: Regulam o ciclo menstrual e reduzem os níveis de andrógenos, ajudando a controlar o hirsutismo e a acne.
- Contraceptivos com apenas progesterona: Para regular o ciclo menstrual e prevenir hiperplasia endometrial em mulheres que não conseguem ou não desejam usar contraceptivos combinados.
- Antiandrogênicos: Medicamentos como espironolactona ou finasterida podem ser usados para tratar sintomas como hirsutismo e acne.
- Metformina: Ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e pode regular o ciclo menstrual em algumas mulheres.
- Indutores de ovulação: Como o clomifeno ou letrozol, são utilizados em mulheres que desejam engravidar
3. Tratamento para infertilidade:
Se a infertilidade for uma preocupação, tratamentos para induzir a ovulação, como o uso de citrato de clomifeno, letrozol ou injeções de gonadotrofinas, podem ser recomendados. Em alguns casos, procedimentos como a fertilização in vitro (FIV) podem ser necessários.
4. Tratamentos cosméticos:
Para lidar com os sintomas estéticos de excesso de pelos, podem ser recomendados métodos como depilação a laser ou tratamentos tópicos específicos.Esses tratamentos devem ser personalizados de acordo com os sintomas da paciente e suas metas em relação à fertilidade e qualidade de vida.

Endometriose e Infertilidade
A endometriose é uma condição crônica na qual o tecido semelhante ao endométrio, que reveste o interior do útero, cresce fora dele, afetando outras áreas do corpo, como os ovários, tubas uterinas, intestinos e a área pélvica. Esse crescimento anômalo pode causar dor intensa, especialmente durante a menstruação, além de problemas de fertilidade.
O tratamento pode exigir abordagens contínuas para controlar os sintomas e preservar a fertilidade. O manejo eficaz da dor e a preservação da qualidade de vida são prioridades no tratamento, sendo importante um acompanhamento médico especializado. Das pessoas que tem diagnóstico de endometriose em torno de 30-50% podem ter dificuldades para engravidar.
A outra parcela pode conseguir engravidar naturalmente. Há mulheres que engravidam naturalmente, tem a endometriose, mas nunca foi feito o diagnóstico da doença (provavelmente porque a doença é assintomática ou não impacta na qualidade de vida do seu dia a dia)
Principais Sintomas
- A dor é o sintoma mais comum, muitas vezes intenso, que pode piorar durante o ciclo menstrual e ao longo de todo o mês.
- Presença de dispareunia de penetração e de profundidade: A relação sexual com penetração pênis-vagina, pode causar desconforto significativo.
- Fluxo menstrual intenso
- A endometriose é uma das principais causas de infertilidade, pois pode haver distorção da anatomia da pelve e das tubas uterinas, formação de aderências pélvicas, principalmente atrapalhando o movimento tubário ou mesmo dilatando-as, formando hidrossalpinge.
Causas
Embora a causa exata da endometriose ainda não seja completamente conhecida, existem várias teorias:
-
Teoria da Menstruação retrógrada: Quando o sangue menstrual flui através das tubas uterinas, depositando células endometriais na cavidade pélvica.
-
Genética: A endometriose tende a ocorrer em famílias.
-
Um sistema imunológico deficiente pode não destruir as células endometriais que se desenvolvem fora do útero.
-
O tecido endometrial pode ser transportado para outras partes do corpo pelo sistema linfático ou sanguíneo.
Diagnóstico
- A avaliação dos sintomas pela história clínica é essencial.
- Embora nem sempre seja conclusivo, o exame físico pode revelar sinais de endometriose.
- Ultrassonografia ou Ressonância Nuclear Magnética para pesquisa de endometriose profunda: Podem ajudar a identificar cistos associados à endometriose, identificar nódulos intestinais, no sistema urinário e peritônio abdomino-pélvico.
- Laparoscopia: Permite visualizar diretamente as lesões endometrióticas e confirmar a presença da condição.
Tratamento
O tratamento da endometriose depende da gravidade dos sintomas e do desejo de ter filhos. Pode incluir:
- Medicamentos para dor: Analgésicos e anti-inflamatórios.
- Terapia hormonal: Pílulas anticoncepcionais, progestagênios (pílulas, implanon, SIU Mirena) ou medicações agonistas do GnRH podem ajudar a controlar os sintomas.
- Laparoscopia: não indicada em todos os casos, sendo a dor pélvica crônica um importante “divisor de águas” para sua indicação.
Infertilidade
A endometriose pode interferir na fertilidade de várias maneiras, incluindo a obstrução das tubas uterinas e a formação de aderências pélvicas. A cirurgia pode melhorar as chances de gravidez em alguns casos, mas tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), podem ser necessários para mulheres e casais que continuam tendo dificuldades para engravidar.
Podemos afirmar que a endometriose está afetando a fertilidade apenas após a mulher tentar engravidar por um período sem sucesso. Esse diagnóstico também dependerá de fatores como a idade da mulher, alterações tubarias e a existência de alguma outra condição associada ao parceiro masculino.

Infertilidade masculina
A infertilidade masculina é uma condição que afeta a capacidade do homem de contribuir para uma gravidez. Assim como a infertilidade feminina, ela pode ser causada por diversos fatores, como problemas no esperma, dificuldades na ejaculação ou bloqueios no sistema reprodutor masculino. Embora seja menos discutida em comparação com a infertilidade feminina, ela desempenha um papel importante nos casos em que os casais têm dificuldade de conceber. A seguir, explico em detalhes sobre as causas, diagnósticos e tratamentos da infertilidade masculina.
1. Problemas na Produção de Espermatozoides: A causa mais comum de infertilidade masculina é a redução da quantidade e qualidade de espermatozoides no ejaculado. A produção insuficiente, a qualidade deficiente ou a completa ausência de espermatozoides (azoospermia) pode impedir a concepção. Além disso, varicocele (dilatação das veias testiculares) é uma condição comum que pode prejudicar a produção de espermatozoides. Fatores genéticos, como a síndrome de Klinefelter, podem afetar a produção de espermatozoides.
2. Problemas Hormonais: Desequilíbrios nos hormônios que regulam a produção de espermatozóides, como o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH), podem comprometer a fertilidade. Condições como hipogonadismo (baixo nível de testosterona) ou hiperprolactinemia (altos níveis de prolactina) também podem interferir na produção de espermatozoides.
3. Disfunções sexuais: Os distúrbios ejaculatórios como a disfunção erétil (quando um homem não consegue ter ou manter uma ereção firme o suficiente para a relação sexual) e a ejaculação precoce (quando a ejaculação que ocorre muito cedo, geralmente antes, durante ou logo após a penetração) podem ser causas de infertilidade. A ejaculação retrógrada ocorre quando o sêmen é empurrado para a bexiga em vez de ser expelido através do pênis. Além disso, lesões na medula espinhal ou cirurgias pélvicas podem causar disfunções ejaculatórias.
4. Obstruções no Sistema Reprodutivo: Bloqueios nos canais por onde o sêmen passa podem impedir a ejaculação de espermatozoides no líquido seminal. Isto pode ocorrer devido a infecções anteriores, cirurgias, traumas ou defeitos congênitos nos canais deferentes, epidídimo ou uretra.
5. Fatores Genéticos: Certas condições genéticas, como a ausência congênita dos canais deferentes (comum em homens com fibrose cística) ou mutações genéticas podem afetar a produção de espermatozoides e ser uma causa de infertilidade.
6. Infecções: Infecções anteriores ou crônicas, como infecções sexualmente transmissíveis (clamídia, gonorreia), caxumba ou prostatite, podem causar inflamações ou cicatrizes que afetam a produção ou a passagem dos espermatozoides.
7. Fatores Ambientais e estilo de vida: A exposição a toxinas ambientais, produtos químicos industriais, pesticidas, radiação, calor excessivo nos testículos (por uso prolongado de saunas ou banheiras de hidromassagem, por exemplo) pode prejudicar a produção e a qualidade do esperma.Fatores como tabagismo, uso de álcool ou drogas, dieta inadequada, obesidade, falta de exercício físico e estresse podem reduzir a qualidade do esperma.O uso de anabolizantes esteroides também é uma causa importante de infertilidade masculina.
8. Idade: Embora os homens possam continuar a produzir espermatozoides por toda a vida, a qualidade do esperma tende a diminuir com a idade. Homens mais velhos podem produzir espermatozoides com maior número de anomalias genéticas, o que pode afetar a fertilidade e aumentar o risco de aborto espontâneo.
Diagnóstico
O diagnóstico da infertilidade masculina geralmente começa com uma análise do sêmen (espermograma) para avaliar concentração, motilidade (movimento) e morfologia (forma) dos espermatozoides. Dependendo dos resultados, alguns exames adicionais podem ser necessários para determinar a causa subjacente:Inclui avaliação da saúde geral, exame dos órgãos genitais e análise do histórico de saúde e de fatores de risco.
- Testes hormonais: Medem os níveis de hormônios importantes, como testosterona, LH, FSH e prolactina.
-Ultrassonografia de bolsa escrotal: Pode ajudar a detectar problemas estruturais, como varicocele ou bloqueios no sistema reprodutivo.
- Testes genéticos: Podem ser realizados para detectar anomalias cromossômicas ou mutações que podem estar causando a infertilidade, como o cariótipo e pesquisa de microdeleções do cromossomo Y.
Tratamentos
O tratamento da infertilidade masculina varia conforme a causa e pode incluir:
1. Medicamentos: Medicamentos como clomifeno, letrozol ou gonadotrofinas podem ser prescritos para estimular a produção de espermatozoides. Antibióticos podem ser usados no caso de infecções, e medicamentos para tratar a ejaculação precoce e disfunção erétil também podem ser indicados.
2. Cirurgia: Em casos de varicocele, a cirurgia pode melhorar o fluxo sanguíneo nos testículos e, com isso, aumentar a produção de espermatozoides. A vasectomia pode ser corrigida cirurgicamente para permitir o fluxo adequado dos espermatozoides a depender do tempo de cirurgia e da idade da mulher.
3. Tecnologias de Reprodução Assistida (TRA): dependendo do fator de infertilidade, pode-se indicados técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade e de alta complexidade. Para homens com azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen), os espermatozoides podem ser extraídos diretamente dos testículos por meio de procedimentos como a PESA (aspiração percutânea de espermatozoides) ou TESE (extração testicular de espermatozoides).
4. Mudanças no Estilo de Vida: Reduzir o consumo de álcool, parar de fumar, perder peso e adotar uma alimentação saudável pode melhorar a qualidade seminal.
A infertilidade masculina é complexa e pode resultar de várias causas, muitas das quais são tratáveis. Com o diagnóstico correto e o tratamento adequado, muitos homens podem superar os desafios da infertilidade e realizar o sonho de ter filhos. A ciência e a medicina reprodutiva estão avançando continuamente, proporcionando novas esperanças para aqueles que enfrentam dificuldades para conceber. É essencial que os homens afetados por infertilidade procurem ajuda médica, tenham paciência e mantenham uma abordagem positiva ao longo do tratamento.

Varicocele
A varicocele é uma das principais causas de infertilidade por fator masculino. A varicocele é uma dilatação anormal das veias testiculares, comumente associada à infertilidade masculina. Até dois terços dos homens com varicocele podem ser férteis.
A condição afeta aproximadamente 25% dos homens com alterações no sêmen e 11% daqueles com análises seminais normais.
A anatomia dos testículos é projetada para manter condições ideais, especialmente de temperatura, para a produção de espermatozoides. Eles estão localizados fora do corpo justamente para se manterem a uma temperatura mais baixa do que a interna, o que é essencial para a produção adequada dos gametas. Qualquer alteração nesse equilíbrio térmico pode comprometer a fertilidade. Não sabemos porque a varicocele pode causar infertilidade no homem, mas acredita-se que ela seja causada por um mau funcionamento das válvulas nas veias do cordão espermático. Esse problema afeta a circulação sanguínea, provocando a dilatação das veias. Com a insuficiência venosa, o sangue não é drenado corretamente, acumulando-se nos testículos.
- A dilatação das veias interfere na regulação térmica dos testículos, elevando a temperatura e prejudicando a produção saudável de espermatozoides.
- O fluxo sanguíneo alterado pode reduzir a quantidade de oxigênio disponível nos testículos, causando danos ao tecido testicular.
- Ocorre o refluxo de substâncias vindas dos rins e das glândulas adrenais, como esteroides e hormônios, que acabam prejudicando a função dos testículos.
- A varicocele aumenta a produção de radicais livres, além de provocar mudanças hormonais e imunológicas, o que compromete ainda mais a qualidade dos espermatozoides.
Diagnóstico
A varicocele geralmente não causa sintomas, mas em alguns casos pode provocar dor ou desconforto no escroto. No entanto, à medida que a varicocele progride, ou em alguns casos desde o início, podem surgir sintomas como dor, veias visíveis e palpáveis, além de infertilidade. A dor da varicocele tem características específicas: ela varia em intensidade dependendo da posição e das atividades do homem. A dor tende a piorar com o esforço físico, como durante exercícios, e geralmente melhora ao deitar-se de costas. Já a infertilidade é um sintoma que pode surgir ao longo do tempo e, muitas vezes, só é investigada quando o homem procura um médico devido à dificuldade de ter filhos.
O diagnóstico é feito por meio de um exame físico, onde o médico palpa o escroto para detectar as veias dilatadas. Para facilitar essa identificação, pode ser utilizada a manobra de Valsalva, em que o paciente prende a respiração e faz força, aumentando a pressão abdominal e tornando as veias mais visíveis.
Outro exame importante é o ultrassom da região escrotal, utilizado para analisar os testículos. Esse exame é capaz de detectar lesões, aumento da bolsa escrotal, dilatação das veias e outras possíveis anormalidades.
O tratamento da varicocele é geralmente cirúrgico, especialmente quando o homem apresenta dor ou desconforto. Nem todos os pacientes com alterações no sêmen precisam de cirurgia, e cada caso deve ser avaliado individualmente. A técnica mais eficaz é a microcirurgia subinguinal, com taxas de sucesso de cerca de 60%. Esse procedimento trata as veias afetadas, redirecionando o fluxo sanguíneo para veias saudáveis. O paciente geralmente recebe alta no mesmo dia. A cirurgia dura aproximadamente 2 horas, e a melhora nos parâmetros seminais pode levar de 6 meses a 1 ano para ser observada. Atenção: em situações em que o espermograma já revele baixa concentração de espermatozoides progressivos e morfologia alterada, especialmente quando a mulher tem mais de 35 ou 37 anos, a cirurgia pode acabar prolongando o tempo para a concretização do desejo de ter um filho em casa.

Infertilidade sem causa aparente (ISCA)
Também chamada de infertilidade inexplicada, ocorre quando um casal enfrenta dificuldades para engravidar, apesar de exames clínicos e laboratoriais normais. Em casos de ISCA, os parâmetros de fertilidade tanto da mulher (como ovulação, permeabilidade das trompas e qualidade dos óvulos) quanto do homem (como contagem, motilidade e morfologia dos espermatozoides) estão dentro dos padrões normais, mas a gravidez não acontece.
A ISCA pode ser frustrante para os casais porque, apesar de não haver uma explicação clara, o problema persiste. A causa pode estar relacionada a fatores que ainda não são detectáveis pelos métodos diagnósticos convencionais que temos na atualidade.
O tratamento da ISCA pode envolver técnicas de reprodução assistida, como a indução da ovulação com relação sexual programada, inseminação intrauterina (IUI) ou fertilização in vitro (FIV), dependendo do caso. Além disso, é recomendado que os casais mantenham hábitos de vida saudáveis, como controle do peso, alimentação equilibrada e prática regular de atividade física, para otimizar as chances de sucesso.

Reprodução assistida para famílias plurais
Família plural é um conceito que abrange diferentes arranjos familiares além do modelo tradicional de pai, mãe e filhos. Essas configurações mostram a diversidade das formas de família, refletindo a realidade social e as mudanças culturais ao longo do tempo. Podem incluir:
- Famílias reconstituídas: onde um ou ambos os parceiros têm filhos de relacionamentos anteriores e formam um novo núcleo familiar.
- Famílias monoparentais têm se tornado cada vez mais comuns e representam um importante faceta da diversidade familiar contemporânea. Elas podem ser formadas por várias razões, incluindo a decisão consciente de ter filhos sem um parceiro romântico, separações ou divórcios, e até mesmo situações em que a gestação é realizada através de métodos de reprodução assistida, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro. Essas famílias muitas vezes enfrentam desafios únicos, como a gestão de responsabilidades financeiras e a conciliação entre trabalho e cuidados com os filhos, mas também têm a oportunidade de construir laços fortes e únicos com seus filhos. Além disso, a estrutura familiar monoparental pode ser uma escolha empoderada e gratificante para muitos indivíduos, que encontram formas de equilibrar e enriquecer a vida familiar de maneira independente.
- Famílias multigeracionais: que incluem várias gerações vivendo juntas ou próximas, como avós, pais e filhos.
- Famílias LGBTQIA+: onde os membros podem se identificar como parte da comunidade LGBTQIA+, incluindo casais do mesmo sexo ou pais solteiros que se identificam como LGBTQIA+.
- Famílias com diferentes estruturas de apoio: onde amigos próximos, parentes ou outros cuidadores desempenham papéis importantes na criação e suporte das crianças.
Reproduçao Assistida para casais homoafetivos femininos ou gravidez solo de uma mulher
- Inseminação Artificial ou Inseminação Intrauterina (IUI): Um dos métodos mais comuns para casais femininos, ou mulheres que querem uma gestação solo é a IUI, usando sêmen de um doador. A inseminação pode ser realizada de forma intrauterina.
- Fertilização In Vitro (FIV): Em alguns casos, pode-se optar pela fertilização in vitro (FIV), onde os óvulos de uma das parceiras são fertilizados em laboratório com sêmen de um doador, e o embrião é transferido para o útero da parceira que irá gestar.
- Recepção de Óvulos da Parceira: Nesse método, um óvulo de uma parceira é fertilizado e o embrião é transferido para o útero da outra parceira, permitindo que ambas participem biologicamente do processo de concepção e gestação.
Reprodução Assistida para casais homoafetivos masculinos ou pai solo
- Cessão temporária de útero ou Gestação Substituta: Casais masculinos podem recorrer à gestação substitutiva, também conhecida como “barriga de aluguel”. Nesse processo, uma mulher gestante (gestante de substituição) carrega o bebê para o casal. O embrião pode ser criado a partir de óvulos de uma doadora e sêmen de um dos parceiros, fertilizados por meio da FIV.
- Doação de Óvulos e Cessão temporária de útero ou Gestação Substituta: Um óvulo de uma doadora é fertilizado com o sêmen do pai solo, e o embrião é implantado na gestante substituta. Nesse processo, uma mulher gestante (gestante de substituição) carrega o bebê para o pai solo.
Considerações Legais e Éticas
As leis que regem a reprodução assistida para casais homoafetivos variam de país para país e, em alguns lugares, ainda há desafios legais e éticos para o acesso a essas tecnologias. Em países onde a reprodução assistida para casais homoafetivos é permitida, é importante que o casal consulte especialistas legais e médicos para entender os requisitos e proteger seus direitos parentais.
Aspectos Psicológicos e Sociais
Além dos aspectos médicos e legais, a decisão de formar uma família por meio de técnicas de reprodução assistida pode trazer desafios emocionais e sociais. Apoio psicológico durante o processo pode ajudar o casal a lidar com as expectativas, dúvidas e pressões sociais que podem surgir ao longo da jornada.
Considerações Finais
Casais homoafetivos têm diversas opções para alcançar a parentalidade, com tratamentos e abordagens adaptadas às suas necessidades específicas. Consultar um especialista em reprodução assistida, juntamente com apoio legal e psicológico, pode auxiliar na tomada de decisão mais adequada para o casal, levando em conta os fatores médicos, pessoais e jurídicos envolvidos.

Tratamentos de reprodução assistida
A busca pela realização do sonho da maternidade pode, muitas vezes, encontrar desafios inesperados. Graças aos avanços da medicina, a reprodução assistida se tornou uma esperança para muitos casais.
A reprodução assistida é um conjunto de técnicas médicas usadas para ajudar indivíduos ou casais que enfrentam dificuldades para conceber naturalmente.
Os tratamentos de Reprodução Assistida incluem: estimulação ovariana para congelamento de óvulos para preservação social da fertilidade; Estimulação ovariana para fertilização in vitro (FIV clássica); ICSI; Transferência de embriões próprios a fresco ou congelados; Transferência de embriões doados congelados; Transferência de embriões na gestação de substituição; Recepção de gametas (óvulos ou espermatozoides doados); Recepção de embriões doados; Biópsia embrionária (PGT A; PGT M; PGT SR); Auxílio para crescimento da família em famílias plurais.
As técnicas de baixa complexidade são indicadas em casos de anovulação crônica: ausência de ovulação geralmente causada por irregularidades menstruais, caracterizadas por ciclos mais longos do que o normal, com maior ou menor quantidade de fluxo ou inexistência de fluxo, obstrução tubaria unilateral, infertilidade sem causa aparente. Para estas, o espermograma tem de estar dentro dos limites da normalidade indicados pela OMS em 2021.
As técnicas de alta complexidade são indicadas quando há falhas nas técnicas de baixa complexidade, fator masculino, endometriose, obstrução tubaria, quando há necessidade de doação de gametas (espermatozoides ou óvulos) ou uso de gametas criopreservados.
A idade da mulher desempenha um papel crucial no sucesso dos tratamentos de reprodução assistida, afetando tanto as chances de concepção quanto a saúde do bebê. Na mulher, a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos começam a diminuir a partir de 35 anos.
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA DE BAIXA COMPLEXIDADE
A reprodução assistida de baixa complexidade envolve métodos menos invasivos, com menor intervenção médica e menos dispendiosos para ajudar na concepção. Estes métodos geralmente são aplicados quando as técnicas mais avançadas, como a fertilização in vitro (FIV), ainda não são necessárias. Entre as principais abordagens de baixa complexidade estão:
1. Inseminação Artificial ou Inseminação Intrauterina (IUI): Este método inclui a introdução de espermatozoides diretamente no trato reprodutivo feminino. A inseminação pode ser realizada com sêmen do parceiro ou de um doador. É uma opção para casos de infertilidade devido a problemas como ovulação irregular, anovulação, fator masculino leve. É fundamental que pelo menos uma tuba uterina esteja pérvia. A IUI é realizada durante o período fértil da mulher, após monitorização da ovulação, para aumentar as chances de concepção.
2. Indução da Ovulação para Relação Sexual programada em casa (Coito Programado): Consiste na administração de medicamentos para estimular os ovários a produzir múltiplos óvulos em um ciclo menstrual. Este tratamento é indicado para mulheres com ovulação irregular ou ausente. Medicamentos comuns usados para indução da ovulação incluem o letrozol, o clomifeno e as gonadotrofinas. É fundamental a monitorização da ovulação por meio de ultrassonografias transvaginais seriadas.
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA DE ALTA COMPLEXIDADE
Fertilização In Vitro (FIV): A FIV é um dos procedimentos mais avançados na reprodução assistida, onde a fertilização do óvulo ocorre fora do corpo da mulher, em um ambiente de laboratório.
Passo a passo da FIV:
-
Estimulação Ovariana: A mulher é submetida a um regime de medicamentos hormonais (geralmente gonadotrofinas) para estimular os ovários a produzirem múltiplos óvulos. O número de óvulos obtidos varia em relação à reserva ovariana da mulher.
-
Monitoramento do estímulo ovariano: Durante a estimulação ovariana, são realizadas ultrassonografias para monitorar o desenvolvimento dos folículos ovarianos e ajustar a dosagem dos medicamentos.
-
Aspiração Folicular: Quando os óvulos estão maduros, eles são coletados dos ovários através de uma aspiração guiada por ultrassonografia transvaginal, em geral com anestesia geral consciente (sedação).
(Em geral, no mesmo dia da captação de óvulos, é feita a coleta do sêmen por masturbação no dia da coleta de óvulos, ou descongelamento de amostra congelada, biopsia de epidídimo ou testicular.)
-
Fertilização: Os óvulos são então fertilizados com espermatozoides em um laboratório. Pode-se optar por FIV clássica ou ICSI, dependendo das necessidades específicas do caso.
-
Cultivo e Seleção dos Embriões: Os embriões resultantes são cultivados por alguns dias (geralmente até 7/8 dias) e avaliados quanto à qualidade antes da transferência ou do congelamento.
FIV assistida por Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI)**: A ICSI é uma variação da FIV onde um único espermatozoide é injetado diretamente no óvulo.
O processo inicia com a estimulação ovariana e a coleta dos óvulos, semelhante à FIV.
-
Fertilização: Em vez de permitir que os espermatozoides fertilizem os óvulos naturalmente, um espermatozoide é selecionado pela(o) embriologista e injetado diretamente no óvulo usando uma microagulha e uma pipeta especial.
-
Cultivo dos Embriões: Os embriões resultantes são cultivados e avaliados, assim como na FIV.
Transferência de Embrião Congelado (TEC): O preparo do endométrio é uma etapa crucial na reprodução assistida, o objetivo é garantir que o revestimento do útero esteja adequado para a implantação do embrião. Esse preparo pode ser realizado de maneira natural ou artificial. A TEC é uma técnica em que embriões criopreservados de ciclos anteriores são transferidos para o útero.
Para o preparo endometrial podemos escolher entre o preparo natural, ou o preparo natural modificado ou mesmo o preparo artificial. A diferença está no uso de hormônios.
Em geral, o preparo artificial reservamos para mulheres com ciclos anovulatórios, na menopausa e perimenopausa. Já o ciclo natural ou natural modificado, reservamos para mulheres com ciclos menstruais regulares, que são ovulatórias.
Preparo Natural do Endométrio
O preparo natural do endométrio ocorre quando a mulher passa pelo ciclo menstrual sem intervenção médica para preparar o endométrio para a implantação do embrião. É mais simples e menos invasivo, mas depende da sincronização com o ciclo menstrual e da função ovariana natural. É menos controlado e pode não ser adequado em todos os casos. Em um ciclo natural, o endométrio se desenvolve em resposta ao estrogênio produzido pelo folículo ovariano durante a fase folicular. Para garantir que o endométrio esteja adequadamente preparado, é necessário pelo menos um exame de ultrassonografia transvaginal para avaliar sua espessura e sua aparência além de dosagens de hormônios, progesterona e estradiol. Após certificar de que o endométrio está adequado, inicia-se a progesterona e a TEC é agendada após 5 dias.
Preparo Artificial do Endométrio
O preparo artificial do endométrio envolve a administração de medicamentos hormonais para preparar o revestimento uterino de maneira controlada, sem depender do ciclo menstrual natural. Oferece maior controle sobre as condições do endométrio e é frequentemente usado quando o ciclo menstrual é irregular ou ausente. Permite a sincronização precisa com o ciclo de tratamento de reprodução assistida. Utiliza-se um regime de medicamentos hormonais para simular ou preparar o endométrio para a implantação.
Os principais medicamentos incluem:
-
Estradiol: Administrado para promover o crescimento e a espessura do endométrio. Pode ser dado por via oral, transdérmica (adesivos) ou vaginal.
-
Progesterona: Adicionada para preparar o endométrio para a implantação do embrião, imitando a segunda fase do ciclo menstrual. Pode ser administrada por via oral ou vaginal (em forma de supositórios ou gel).
-
Durante o preparo, são realizados ultrassonografias e exames de sangue para avaliar a resposta do endométrio aos medicamentos e ajustar as doses conforme necessário.
Após certificar de que o endométrio está adequado, mantem-se o estrogênio e inicia-se a progesterona e a TEC é agendada após 5 dias.
Independentemente se o preparo endometrial for natural, natural modificado ou artificial, o teste de gravidez é feito após 11 dias da TEC para verificar se houve implantação. Após 14 a 20 dias do teste positivo é realizada uma ultrassonografia para avaliar o desenvolvimento do embrião.
Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGD): O PGD permite a análise genética dos embriões antes da transferência para o útero, com o objetivo de identificar e evitar algumas doenças genéticas.
Após o embrião chegar ao estágio de blastocisto completo (dia 5, 6 ou 7 após a fertilização), algumas células do trofoectoderma (camada externa do embrião) são removidas para análise genética. As células removidas são analisadas em busca de anomalias genéticas específicas. A biópsia embrionária, incluindo PGT-A, PGT-M e PGT-SR, permitem a detecção mais precisa de anomalias cromossômicas, doenças monogênicas e rearranjos estruturais nos embriões, respectivamente.
Recepção (por doação) de Óvulos e Espermatozóides: Em casos em que os gametas dos parceiros são inviáveis ou ausentes, pode-se usar óvulos ou espermatozoides de doadores.
A escolha do doador é realizada com base em vários critérios minuciosos, incluindo avaliação saúde, características genéticas pessoais bem como físicas.
Segundo a resolução do CFM 2320/2022 “1. A doação não pode ter caráter lucrativo ou comercial. 2. Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa, exceto na doação de gametas ou embriões para parentesco de até 4º (quarto) grau, de um dos receptores (primeiro grau: pais e filhos; segundo grau: avós e irmãos; terceiro grau: tios e sobrinhos; quarto grau: primos), desde que não incorra em consanguinidade. 2.1. Deve constar em prontuário o relatório médico atestando a adequação da saúde física e mental de todos os envolvidos. 2.2. A doadora de óvulos ou embriões não pode ser a cedente temporária do útero. 3. A doação de gametas pode ser realizada a partir da maioridade civil, sendo a idade limite de 37 (trinta e sete) anos para a mulher e de 45 (quarenta e cinco) anos para o homem ... 6. Na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que um(a) doador(a) tenha produzido mais de 2 (dois) nascimentos de crianças de sexos diferentes em uma área de 1 (um) milhão de habitantes. Exceto quando uma mesma família receptora escolher um(a) mesmo(a) doador(a), que pode, então, contribuir com quantas gestações forem desejadas”.
Óvulos ou espermatozoides do doador são coletados e processados para fertilização.
Óvulos doados são fertilizados com espermatozoides do parceiro ou do doador, e os embriões resultantes são transferidos para o útero da mulher.
Gestação de Substituição ou Cessão temporária de útero (Barriga de Aluguel): A gestação de substituição envolve uma mulher que carrega e dá à luz um bebê para outra pessoa ou casal.
No Brasil, segundo a resolução do CFM 2320/2022 “VII – Sobre A Gestação de Substituição (Cessão Temporária do Útero) as clínicas, centros ou serviços de reprodução podem usar técnicas de reprodução assistida para criar a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista uma condição que impeça ou contraindique a gestação. 1. A cedente temporária do útero deve: a) ter ao menos um filho vivo; b) pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau (primeiro grau: pais e filhos; segundo grau: avós e irmãos; terceiro grau: tios e sobrinhos; quarto grau: primos); 2. A cessão temporária do útero não pode ter caráter lucrativo ou comercial e a clínica de reprodução não pode intermediar a escolha da cedente.”
Óvulos e espermatozoides são fertilizados em laboratório, e embriões resultantes são transferidos para o útero da gestante de substituição.
A gravidez é monitorada de perto para garantir a saúde da gestante e do bebê.
Após o nascimento, o bebê é entregue aos pais biológicos.
Essas técnicas de alta complexidade oferecem opções valiosas para casais e indivíduos enfrentando desafios significativos para a concepção, mas exigem cuidados especializados e podem envolver um processo intenso e detalhado.
CONGELAMENTO DE ÓVULOS
O congelamento de óvulos, também conhecido como criopreservação de óvulos, é um procedimento em que os óvulos de uma mulher são coletados, congelados e armazenados para uso futuro. Esta técnica é frequentemente usada por mulheres que desejam preservar sua fertilidade, seja por razões pessoais (como adiar a maternidade) ou médicas (como antes de cirurgias ovarianas extensas, como remoção de endometriomas, antes de tratamentos de câncer, de algumas doenças autoimunes graves, antes de radioterapia pélvica e em homens em processo transexualizador que possam afetar a fertilidade). Não há limite de idade para o congelamento de óvulos, desde que a mulher possua óvulos.
As mulheres que optam por congelamento de óvulos devem ter em mente que quanto mais jovens congelarem seus óvulos, maiores chances de conceberem um bebê a partir da FIV com seus óvulos congelados. Não há como estimar-se um número ideal de óvulos congelados que garantirá um bebê em casa. Há modelos matemáticos provenientes de estudos científicos que podem dar uma melhor compreensão. Por exemplo: supondo que uma mulher congelou 15 óvulos com menos de 35 anos, ela terá uma probabilidade de até 80% de conseguir ter um filho; se essa mesma mulher, congelar 15 óvulos entre 36 e 38 anos, essa probabilidade cai para 60%; se essa mesma mulher, congelar 15 óvulos entre 39 e 40 anos, essa probabilidade cai para 30%; se essa mesma mulher, congelar 15 óvulos entre aos 43 anos, essa probabilidade cai para 10%.
Como funciona o processo de congelamento de óvulos?
-
1. A mulher precisa de estimulação ovariana com medicamentos hormonais para estimular os folículos dos ovários a produzirem múltiplos óvulos com monitorização da ovulação, igual a estimulação da FIV.
-
2. Coleta de óvulos: A punção folicular é agendada quando a maioria dos folículos atingirem um tamanho de desenvolvimento adequado. Em geral com anestesia geral consciente (sedação).
-
3. Congelamento: Após a punção folicular, são avaliados o número e maturidade dos óvulos. Os óvulos maduros são então rapidamente congelados usando uma técnica chamada vitrificação, que previne a formação de cristais de gelo e danos às células.
-
4. Armazenamento: Os óvulos congelados podem ser armazenados por muitos anos, até que a mulher decida utilizá-los.
Sempre é fundamental discutir com um especialista em reprodução humana antes de tomar a decisão em congelamento de óvulos.
RISCOS ASSOCIADOS AO TRATAMENTO DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
A síndrome do hiperestímulo ovariano, é uma resposta exagerada aos medicamentos usados para estimular a ovulação, pode ocorrer em menos de 1% dos casos.
A coleta de óvulos pode causar sangramento, lesão nos órgãos pélvicos ou infecção, e efeitos adversos da anestesia, e podem ocorrer em menos de 0,1% dos casos.Pode haver aumento dos riscos gestacionais e para o bebê, bem como a gestação múltipla, bebês prematuros, com baixo peso ao nascer, aumento de risco de diabetes gestacional, hipertensão gestacional e placenta prévia.Os tratamentos podem ser emocionalmente desgastantes aumentando ansiedade, estresse e depressão.
AJUSTES DAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO À REALIDADE
Saibam o que esperar durante cada etapa do tratamento, desde a estimulação ovariana até a transferência de embriões.
-
Durante suas consultas e tratamentos, façam todas as perguntas que tiverem. Entender completamente cada etapa do processo pode ajudar a reduzir a ansiedade e aumentar sua confiança no tratamento. A infertilidade pode ser emocionalmente desafiadora.
-
Falar abertamente sobre os sentimentos pode ajudar a aliviar o estresse durante o processo.
-
Adotar um estilo de vida saudável pode melhorar as chances de concepção e prepará-los para o tratamento.
-
Estejam cientes dos custos envolvidos em cada etapa do tratamento, incluindo consultas, exames, medicamentos e procedimentos. Planejem seu orçamento para evitar surpresas financeiras.
-
Tomem decisões sobre o tratamento de fertilidade em conjunto. Discutam suas esperanças, preocupações e limitações. Este é um momento para trabalhar em equipe e apoiarem-se um ao outro.
-
Tentem também ter as decisões compartilhadas com seu médico de confiança, ele poderá ajudar em todos os passos.
-
Ajustem as expectativas à realidade. Estejam preparados para ajustar suas expectativas à medida que avançam no tratamento. Nem todos os ciclos serão bem-sucedidos,e é importante estarem abertos a diferentes resultados.
-
Os casais que conseguirem conceber com sucesso, devem continuar recebendo cuidados pré-natais adequados e recebendo orientações médicas para garantir uma gestação saudável.
-
Se os tratamentos não resultarem em gravidez, discutam com seu médico as opções disponíveis para próximos passos, como tentativas adicionais de tratamento ou alternativas, como uso de gametas ou embriões doados ou até mesmo a adoção.
A parceria com a Semear torna a FIV simplificada, descomplicada e segura.
A Semear Fertilidade é uma Clínica de Reprodução Assistida que possui estrutura própria de laboratório e centro cirúrgico para a realização de Técnicas de Alta Complexidade (FIV/ICSI/Biopsia embrionária)
Como funciona a minha parceria médica com a Semear Fertilidade?
Etapa em Bragança Paulista ou por consulta a distância (no Brasil ou ao redor do mundo)
-
Após a consulta de avaliação da causa da infertilidade, a(os) paciente(os) entra(m) em contato (pelo Grupo Clínico de WhatsApp formado pela Semear) quando menstruar para início do tratamento proposto.
-
Após realização de ultrassonografia transvaginal inicial escolhemos o protocolo de estimulação ovariana ou o protocolo de preparo endometrial para a transferência de embriões.
-
Realizamos o cronograma de ultrassonografias e medicações.
Em torno de uma semana a dez dias temos uma estimativa do momento da captação de óvulos ou da transferência embrionária.
Etapa na Semear Fertilidade (em Ribeirão Preto/SP ou em Jundiaí/SP)
-
Após definido o dia da captação de óvulos ou da transferência embrionária, a mulher ou o casal devem ir à Semear Fertilidade para dar continuidade ao tratamento, seja captação de óvulos para preservação da fertilidade, seja congelamento de sêmen, seja captação de óvulos para FIV (fertilização in vitro clássica) ou ICSI (injeção intracitoplatmática de espermatozóides), seja para a transferência embrionária.